Notícias do mercado imobiliário
Governo anuncia novo modelo de crédito imobiliário
10 de outubro de 2025 | 10:56:45
Em evento com a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o governo anunciou em 10 de outubro um novo modelo de crédito imobiliário. O presidente do SindusCon-SP, Yorki Estefan, representou o sindicato no evento, realizado no Centro de Convenções Rebouças, em São Paulo.
Pelo novo modelo, após um período de transição, o direcionamento obrigatório de 65% dos depósitos da Poupança para o financiamento habitacional acabará, assim como o depósito compulsório de 20% no Banco Central. O total dos recursos depositados na Caderneta de Poupança passará a ser referência para o volume de dinheiro que os bancos devem destinar ao crédito habitacional, incluindo as modalidades do SFH e do SFI (Sistema de financiamento imobiliário).
A transição será gradual, iniciando ainda este ano. O novo modelo deverá ter plena vigência a partir de janeiro de 2027. Até lá, fica valendo o direcionamento obrigatório de 65% dos recursos captados na poupança para operações de crédito habitacional. Dos 35% restantes, pelas regras atuais, 20% são recolhidos ao Banco Central a título de depósito compulsório e 15% vão para operações livres. Durante a transição, o volume dos compulsórios será reduzido para 15% e os 5% serão aplicados no novo regime.
Além disso, o valor máximo do imóvel financiado no SFH passará de R$ 1,5 milhão para R$ 2,25 milhões.
Na expectativa do governo, a poupança será maximizada como fonte de financiamento, ou seja, na medida em que mais valores são depositados em poupança, mais crédito será disponibilizado para financiamento imobiliário, o que tende a ampliar a oferta de crédito considerando ainda as captações de mercado, por exemplo, via LCIs (Letras de crédito imobiliário) e CRIs (Certificados de recebíveis imobiliários).
Num exemplo hipotético, quando estiver plenamente implementado o novo modelo, se uma instituição captar no mercado R$ 1 milhão e direcionar integralmente esse montante para financiamento imobiliário, ela poderá usar a mesma quantia captada na Poupança, que tem custo mais baixo, para aplicações livres por um período predeterminado. Mas, para isso, 80% dos financiamentos habitacionais deverão ser feitos pelas regras do SFH (que têm juros limitados a 12% ao ano).
O governo espera que o novo modelo aumente a competição, pois incorpora os depósitos interfinanceiros imobiliários ao direcionamento, o que permite que instituições que não captam poupança também concedam crédito habitacional em condições equivalentes às demais.